Etapa 32 | Esposende – Porto
Hoje tivemos mais uma tranquila etapa ao longo da costa, que nos levou até à magnifica cidade do Porto. Pedalando lado a lado com o Atlantico, teria sido uma incrível etapa ao som do mar, não fosse o movimento típico dos dias de verão.
Despedimo-nos de Esposende e seguimos direção a sul. Atravessámos o rio Cávado e continuámos a pedalar ao longo do Parque Natural do Litoral Norte. Este Parque, área protegida desde 1987, visa a preservação dos valores e recursos naturais, impedindo assim a crescente urbanização. Pedalar nesta zona, observando as praias e o seus areais, lembram-nos a importância das dunas, nomeadamente do cordão dunar, enquanto barreira de proteção. De facto, a inexistência deste cordão colocaria em causa a manutenção das espécies vegetais e animais e isto refletir-se-ia, entre outras coisas, na extensão dos areais.
Fomos pedalando calmamente pela zona costeira, cruzando as diversas praias da região. Já perto da Póvoa do Varzim passámos pela Praia da Aguçadora, uma praia quase em estado selvagem que é bastante conhecida entre a comunidade do surf.
Em Vila do Conde, observámos o Memorial aos Náufragos, um barco feito de cruzes, onde cada cruz simboliza uma vida perdida. Neste que é um lugar onde a vida do mar tem um papel preponderante, as tragédias que dele resultam são também uma lembrança bastante presente, razão desta homenagem.
Contornámos Vila do Conde e cruzámos o Rio Ave, continuando a pedalar ao longo da zona costeira, onde voltámos a encontrar os longos areais. Passámos por Leça da Palmeira e chegámos a Matosinhos, onde uma rotunda com uma anémona gigante nos despertou a atenção. Esta rotunda, atualmente símbolo de Matosinhos, é uma escultura criada pela norte-americana Janet Echelman, que a apelidou de “She Changes”. À semelhança de tantos outras obras na região, esta foi também ela dedicada aos pescadores, pela sua importância na comunidade local.
Daqui em diante, até chegar ao Porto, entrámos talvez na parte mais simbólica da etapa de hoje. Passámos pelo Castelo do Queijo (Forte de São Francisco Xavier), assim conhecido pois segundo conta a história, em 1662, quando foi construído, existia naquele lugar uma rocha de granito arredondada que tinha um formato similar à de um queijo. Depois, o percurso fez-se ao longo da bonita Foz do Douro, um lugar de uma beleza única, onde o Rio Douro encontra o oceano.
E foi assim, na companhia do Rio Douro que pedalámos os últimos quilómetros do dia, onde ainda tivemos tempo para admirar alguns dos ex-libris da cidade, nomeadamente a Ponte Luiz I (Ponte D. Luis I), construída entre 1881 e 1887, e que está atualmente classificada como Património Mundial pela UNESCO. Esta ponte foi projetada por Teófilo Seyring, um discípulo e admirador do arquiteto Gustavo Eiffel (o famoso construtor da Torre Eiffel, símbolo mais carismático de Paris).
Visitar o Porto é como imergir na história da cidade… uma cidade carismática, cheia de personalidade, onde os seus monumentos históricos, as paisagens, os museus e as ruas cheias de cor e de vida são um bater de coração que a tornam vezes sem conta, sempre especial. É impossível percorrer as ruas da cidade sem sentir a sua magia!
Terminámos o dia num dos locais mais emblemáticos da invicta – na bonita Praça da Batalha.